sexta-feira, 20 de julho de 2012

Minha curiosidade em relação à leitura

Há algum tempo, diria, uns dois ou três anos, um assunto me inquietou pela primeira vez e continua inquietando até hoje: a leitura. Mas não qualquer leitura. A literária.


Dentre alguns dos meus questionamentos estavam as seguintes perguntas:
- Por que a criança entra na escola fascinada pelos livros, mas chega à adolescência desencantada?
- Por que nas aulas de língua portuguesa os exercícios de interpretação só aceitavam uma resposta? Por que o ponto de vista dos alunos quase sempre era rejeitado pelos professores?
- Por que no curso de Pedagogia que frequentei tantos "futuros educadores" não gostavam de ler? Ou sequer tentavam se abrir para a magia, o encantamento, o conhecimento e as infinitas possibilidades de interpretação do mundo que os livros oferecem?
- Por que ler apenas livros de auto-ajuda ou religiosos?
- Por que as pessoas têm aversão à literatura erudita? Aos clássicos? Seria apenas medo? Medo do desconhecido?


Foi nesse sentido, e tentando responder a essas perguntas, que meu grupo de faculdade e eu fizemos nossa pesquisa de conclusão de curso, e eu, individualmente, meu artigo de iniciação científica. Descobrimos muitas coisas, inclusive que perguntas parecidas foram feitas por autores de renome, como Luzia de Maria, Ezequiel Theodoro da Silva, Sonia Kramer entre outros.


Bom, esse assunto dá pano pra manga... Mas, em suma, defendo:


- que todos tentem superar os traumas do ensino médio e busquem ler, descomprometidamente, os mesmos livros. Vão ver que sem a necessidade de fichamentos, resumos ou estudos para provas a leitura vai ganhar um novo significado.


- que todos abandonem um livro se este não agradar, afinal,  ler até o fim algo que não nos cativa apenas para dizer "li inteiro" é uma atitude que visa apenas quantificar o que foi lido. Um narcisismo. Prefiro dizer: ah, não li aquele inteiro não... não gostei, mas esse... ah! Esse vale a pena ler duas vezes de tão bom que é!"


- ler de trás para frente, de frente pra trás, pulando capítulos... não importa. Cada um lê do seu jeito.


- Professores devem ser artistas das palavras, como defende Rubem Alves. Do mesmo jeito que ninguém gosta de ouvir um músico ou cantor desafinado, ninguém merece um professor que gagueja, se enrola e não dá a devida entonação e emoção à leitura.


- se uma pessoa não conseguiu ler um clássico porque achou difícil, como defende Ana Maria Machado, basta procurar uma versão adaptada, mas não parar aí: deve também arriscar-se a procurar ler os originais um dia.


Bom, por enquanto chega, né?
Que tal se arriscar hoje mesmo?
Boa leitura!













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